sexta-feira

Matança

"Cipó caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata atlântica e a próxima amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Morar no dicionário vida-eterna milenar

Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra
O ar que se respira
E a clorofila das matas virgens
Destruídas bom lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chama Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar

É caviúna, cerejeira, baraúna
Imbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro, jatobá
Gonçalo-Alves, paraíba, itaúba,
Louro, ipê, paracauba,
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbruzeiro
Catuaba, janaúba, arueira, araribá
Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá."


Geraldo Azevedo
(Composição: Jatobá)

terça-feira

O tempo e nossas atitudes

O Universo é como uma bolha de ar, uma célula. Por possuir uma quantidade de matéria, possui uma relativa força gravitacional. Sua área superficial é delimitada pelos objetos cósmicos mais distantes, que viajam pelo espaço, resultados de explosões (errôneas e aleatórias) causadas pelo acúmulo de matéria em um único ponto, dando origem ao espaço-tempo. Quanto mais próximo de um centro de gravidade, maior a velocidade de um corpo e mais lentamente passa o tempo para este corpo. De acordo com seu afastamento, sua velocidade reduz-se até um ponto iminente onde a velocidade é nula. A partir daí, as partículas se retraem novamente em direção ao centro de gravidade do corpo central dando origem a um ciclo de vida do Espaço.
O limite superficial do Universo está em constante transformação, pois retraz-se e expande-se a todo o momento. O Universo é um fluxo de energia sustentável o qual não colapsa jamais.
Tudo o que vivemos é apenas o que chamamos de “Tempo”, portanto, que não o deixamos passar em vão. Aproveitar cada segundo pode ser o segredo para a longevidade... Vive-se mais, quando se sabe aproveitar o tempo. Dessa forma não notamos sua “presença”, assim como nos momentos de maior felicidade. É estar em momentos de ausência do “tempo”, estar em nossa essência, vivendo o tempo natural da vida. Sentir e observar com a alma. Sentir é perder-se do tempo e transformá-lo em uma ferramenta para a vida. O tempo é individual a cada ser. Maléfico foi o homem, quando o transformou em unidade de medida, pois o tempo não é mensurável.
Na vida, tentamos buscar formas de conquistar mais espaço, fazer novas descobertas.... mas esquecemos de aproveitar o que já foi descoberto, que é tão válido quanto.
A curiosidade mata de verdade! E quando se morre de curiosidade, morre-se sabendo muita coisa. Observar e experimentar é fundamental e, melhor ainda, é tirar suas próprias conclusões surpreendendo-se com o que há de novo. “Só sei que nada sei”, pois estou sempre me apresentando às novidades.
Das melhores experiências, jamais esquecemos. Por isso, jamais esqueço da pessoas que amo, as quais me transformaram a cada momento. Resultado de união, amor e muita sintonia.
A escolha pelo próprio bem é ditada por nossas atitudes, basta querer e acreditar. Os melhores sentimentos são definidos pela espontaneidade, usados naturalmente por aqueles que o conhecem ou tentam buscá-los, usando-os ou não. Não se aprende a sentir. Não se aprende a gostar. Aprende-se a conviver, lidar com as diferenças e buscar a harmonia, o equilíbrio, como em uma família!

Felipe Borsoi Saullo

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