segunda-feira

Falta da presença

Não penso em nada, nada me vem em mente.
Apenas vejo, vejo a lua crescente, o céu, muitas estrelas, uma cadente.
Carente de pedidos, carente de desejos, nada me vem em mente.
Não quero dinheiro, não quero pertences.
O que quero, se quer posso ver em minha frente.
Se pudesse sentir mais uma vez, talvez fosse suficiente.
Séra que as estrelas atendem pedidos silenciosos, desejos inconscientes?
Será que as estrelas entendem o nada que me veio em mente?

Leonardo Freire...
"A importância da leitura se dá pela abstração do pensamento. A abstração da construção se dá a escrita do pensamento."

Felipe B. Saullo
"O Silêncio é o melhor coadjuvante do poeta. Mesmo que músico, o poeta necessita do silêncio, pois nele jamais haverá influência das nossas vogais e consoates fonéticas. Se o tal as permitisse, não seria ele o silêncio, seria já uma melodia."

Felipe Borsoi Saullo
As voltas são tantas
Mas um dia tudo pára
Seu disfarce é estampa
Seriedade que esconde sorriso
Lamento insistir em observar
Não há motivos maiores
Não há preces
Não há motivos jamais que um encanto.
Talvez, mais um engano
Prepotência visual
Mas bom mesmo é sonhar
Enquanto pisas no chão
Vôo pelas idéias.

domingo

Materialismo

Quando nasci, derramei lágrimas em cumprimento à vida. Quando morrer, derramarão lágrimas por mim.

Felipe B. Saullo

Nosso Lar

A Terra é a nossa casa. Ao entrar, tire os sapatos e lave as mãos! Não esqueça de retirar o lixo e mantê-la sempre limpa e agradável, pois é onde nós domimos.

Felipe B. Saullo

Dia-a-dia

Meu bem, é presente!
Melhor meu futuro.
Nada é deserto,
Tampouco escuro.
Descenda, decente, contente, aprenda.
Desvire, bata, lute, misture e fuincione.
Não há mal a pensar,
Pois espaço não faltará.
Então, som haverá,
Silêncio jamais.
Ele nos diz:
-Estar sempre a cantar!
Na ausência dos demais,
Como sempre, Feliz!

Felipe B. Saullo

Terra de Vera Cruz

Como um coração atômico de Mãe,
Uma parede viva,
Se divide.
(Simulando o desencaixe de um cinto).
Um Desnó.
O Corte da raíz,
Por uma corte mais feliz.
O desembarque.
E os pés descalsos, só observam...
Depois, nasce falésia.
No chão, nos corações,
E na alma dos invadidos.


Felipe B. Saullo

Pão e Circo


Gostaria de comentar apenas sobre a política do “Pão e do Circo” fazendo uma comparação com o sistema político mundial e aproveitar pra fazer uma crítica à obra “O Príncipe”, de Maquiavel.
Se associar-mos o sistema político citado por Maquiavel e o ato político atual, notaremos alguma semelhança nesse sentido, pois o sistema político para que seja mantido (como atual sistema capitalista) necessita do que Maquiavel descreve como Virtú e Fortuna, e para isso, tal sistema foge das leis morais e as vezes éticas do sistema natural de convivência entre a humanidade, provocando injustiças, guerras, conflitos, etc. Pois como cita Maquiavel, o importante é manter no governo estável, independente do resultado ético-humano-social. Tudo isso para que se possa ser mantido o poder do Príncipe de governar. Acontece que os atuais governos, em geral, não são voltados para o bem do povo. Apenas enganam o povo através da mídia, da caridade e do excesso de entretenimento (”Pão e Circo”) fornecidos pelo impenetrável sistema capitalista.
O povo, sendo este a única força capaz de derrubar os tantos “Príncipes” que hoje mal governam, em sua maioria, não percebe que é constantemente enganado pela massa de irformações. Tudo é bonito! Encantador! E pobrezinhas são as crianças que morrem famintas espalhadas pelo mundo. Mas esquecemos de que, quando é lançado um iPod novo, não podemos deixar de comprá-lo.
Desculpem pela bagunça de informações, mas acho interessante trocar algumas palavras.


Felipe B. Saullo

sexta-feira

Matança

"Cipó caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata atlântica e a próxima amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Morar no dicionário vida-eterna milenar

Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra
O ar que se respira
E a clorofila das matas virgens
Destruídas bom lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chama Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar

É caviúna, cerejeira, baraúna
Imbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro, jatobá
Gonçalo-Alves, paraíba, itaúba,
Louro, ipê, paracauba,
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbruzeiro
Catuaba, janaúba, arueira, araribá
Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá."


Geraldo Azevedo
(Composição: Jatobá)

terça-feira

O tempo e nossas atitudes

O Universo é como uma bolha de ar, uma célula. Por possuir uma quantidade de matéria, possui uma relativa força gravitacional. Sua área superficial é delimitada pelos objetos cósmicos mais distantes, que viajam pelo espaço, resultados de explosões (errôneas e aleatórias) causadas pelo acúmulo de matéria em um único ponto, dando origem ao espaço-tempo. Quanto mais próximo de um centro de gravidade, maior a velocidade de um corpo e mais lentamente passa o tempo para este corpo. De acordo com seu afastamento, sua velocidade reduz-se até um ponto iminente onde a velocidade é nula. A partir daí, as partículas se retraem novamente em direção ao centro de gravidade do corpo central dando origem a um ciclo de vida do Espaço.
O limite superficial do Universo está em constante transformação, pois retraz-se e expande-se a todo o momento. O Universo é um fluxo de energia sustentável o qual não colapsa jamais.
Tudo o que vivemos é apenas o que chamamos de “Tempo”, portanto, que não o deixamos passar em vão. Aproveitar cada segundo pode ser o segredo para a longevidade... Vive-se mais, quando se sabe aproveitar o tempo. Dessa forma não notamos sua “presença”, assim como nos momentos de maior felicidade. É estar em momentos de ausência do “tempo”, estar em nossa essência, vivendo o tempo natural da vida. Sentir e observar com a alma. Sentir é perder-se do tempo e transformá-lo em uma ferramenta para a vida. O tempo é individual a cada ser. Maléfico foi o homem, quando o transformou em unidade de medida, pois o tempo não é mensurável.
Na vida, tentamos buscar formas de conquistar mais espaço, fazer novas descobertas.... mas esquecemos de aproveitar o que já foi descoberto, que é tão válido quanto.
A curiosidade mata de verdade! E quando se morre de curiosidade, morre-se sabendo muita coisa. Observar e experimentar é fundamental e, melhor ainda, é tirar suas próprias conclusões surpreendendo-se com o que há de novo. “Só sei que nada sei”, pois estou sempre me apresentando às novidades.
Das melhores experiências, jamais esquecemos. Por isso, jamais esqueço da pessoas que amo, as quais me transformaram a cada momento. Resultado de união, amor e muita sintonia.
A escolha pelo próprio bem é ditada por nossas atitudes, basta querer e acreditar. Os melhores sentimentos são definidos pela espontaneidade, usados naturalmente por aqueles que o conhecem ou tentam buscá-los, usando-os ou não. Não se aprende a sentir. Não se aprende a gostar. Aprende-se a conviver, lidar com as diferenças e buscar a harmonia, o equilíbrio, como em uma família!

Felipe Borsoi Saullo

quarta-feira

IRIS


Mais que uma guardiã
Mais que uma flor
E tudo isso sim
Mas acima de tudo é AMOR
Luz relativamente nova
Que só faz brilhar mais e mais
Oh! Meu pequeno grande ser
Eu, assim como o SOL
Venho e vou
E assim como o SOL
Presente sempre estou
Aqui, ali, em todo lugar
Sempre a te AMAR e por ti prezar

Felipe Mas

O Inverno Fecha os Poros

O inverno fecha os poros,

abre os olhos,

faz o fio – navalha do frio –

cortar a espinha,

gelar o rio de mim.

O inverno é alada neblina

e, à noite, deixa as ruas vazias,

superlota os meio-fios,

suplica por um vinho

que solta as meninas.

O inverno galopa do sul

E gargalha – riso escorregadio –

pinta de escuro azul

o escuro que esconde a dor

demolindo os muros,

expondo tudo:

nu.

O inverno fechou meus poros,

Abriu meu peito,

semeou esporos do imperfeito

e, vestido de terno,

suturou de qualquer jeito

minha espera,

minha angústia

para florescerem na primavera.


Lucas Muniz Hissa Elian

domingo

Dia de Escalada

Em busca

Assim, de pé, consigo perceber tudo aquilo que se busca agarrar naquele ponto mais alto. Vejo que, as nuvens, vão fechando a cortina da paz e com elas faço desenhos até o último tempo de felicidade.

Felipe B. Saullo

Quem sou eu?

"Simplismente um amante das árvores. Um acrodendrobacista. Guardião, sentinela, arauto, batedor. Nobre plebeu e rei sem coroa, filho de ventre da terra, patrulheiro das copas e andarilho do mundo. Árvore sólida de raízes profundas, irmão há muitas gerações, espelho e reflexo."

Lucas Muniz Hissa Elian

quarta-feira

Árvore sem raízes


Dai a revolta aos que lutam pela liberdade
Deixem que a ira tome os frágeis inimigos.
A má força e a angústia, por pensarem que são o que não são.
A miséria é alimentada com a fome,
condiz com o ato dos que pensam em vão.
A riqueza, é vislumbrada como o poder,
enquanto isso, se enganam quanto ao tamanho da penúria.
O nada, se faz...
O tudo, acaba virando apenas sonhos em imagem.
Se cada um fizesse sua parte,
todos fariam por todos.
Ainda assim sou feliz, porque amo.
Amo a vida e, nela, sempre amarei.
Não serão reis que irão nos derrubar,
pois o tempo não passa insciente.
Acreditarei apenas e eternamente no amor infinito.
Num mundo de idéias cada vez mais dispersas,

onde se tenta buscar a Paz,

mas não acaba-se com as Guerras.

Felipe Borsoi Saullo

Melodia

Da música surgiu o alicerce
Que despertou a existência

E a idéia de criar.

Até mesmo as mais novas notas,

Outrora ancoradas nos sonhos

E que jamais emanavam na alvorada,

Se puseram a apresentar.

Com auxílio pleno de um sono profundo,

Cessou-se o vazio.

Amotinados com o tédio,

E com desejo de vida.

Fez-se Luz, e

Ao som da harmonia,

Nasceu a Terra.

Ensinaram aos pássaros

Algumas melodias.

Cantos por todos os cantos.

Simples melodias

Que espalharam-se ao ar

Em uma nota só.

Que, todavia,

Por toda existência ecoam.

Das plumas nebulosas

Às águas abissais.

Colinas, desertos, montanhas e planícies.

Aos seres da terra,

Os fizeram caminhantes.

Andarilhos e compositores

De sinfonias, vales e rios.

Desde o farfalhar das copas

À uma gota que, ao cair,

Divide-se sutilmente no firmamento.

No leito, sensibilizou-se um rio,

Sua foz:

Realizou o Mar.

Estuários, jorraram vida

E assim se perdem na existência,

Mas se reencontram na história.

Concedidas as melodias,

Fez-se realizar o Mundo.

E, diante de tantos criadores,

Nasceu o Sol.

Para que,

Em notas de luz,

Mantivesse suas obras na Terra.

E tão complexo o é.

Pois de um ponto apenas,

Administra a vida em toda geóide.

Trazendo a luz à escuridão.

Das noites, com dó,

Sumonaram a lua.

E junto com as estrelas,

Perduram no céu, eternas.

Estrelas se fizeram do orvalho

Que reluz ao Sol de cada manhã

E para a aurora do dia,

Deram-se pássaros.

Enquanto na noite,

Raios de Sol desapontam,

Fatalmente,

Ao acaso.

Felipe Borsoi Saullo

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