segunda-feira
Falta da presença
Apenas vejo, vejo a lua crescente, o céu, muitas estrelas, uma cadente.
Carente de pedidos, carente de desejos, nada me vem em mente.
Não quero dinheiro, não quero pertences.
O que quero, se quer posso ver em minha frente.
Se pudesse sentir mais uma vez, talvez fosse suficiente.
Séra que as estrelas atendem pedidos silenciosos, desejos inconscientes?
Será que as estrelas entendem o nada que me veio em mente?
Leonardo Freire...
sábado
domingo
Materialismo
Felipe B. Saullo
Nosso Lar
Felipe B. Saullo
Dia-a-dia
Melhor meu futuro.
Nada é deserto,
Tampouco escuro.
Descenda, decente, contente, aprenda.
Desvire, bata, lute, misture e fuincione.
Não há mal a pensar,
Pois espaço não faltará.
Então, som haverá,
Silêncio jamais.
Ele nos diz:
-Estar sempre a cantar!
Na ausência dos demais,
Como sempre, Feliz!
Felipe B. Saullo
Terra de Vera Cruz
Uma parede viva,
Se divide.
(Simulando o desencaixe de um cinto).
Um Desnó.
O Corte da raíz,
Por uma corte mais feliz.
O desembarque.
E os pés descalsos, só observam...
Depois, nasce falésia.
No chão, nos corações,
E na alma dos invadidos.
Felipe B. Saullo
Pão e Circo
Gostaria de comentar apenas sobre a política do “Pão e do Circo” fazendo uma comparação com o sistema político mundial e aproveitar pra fazer uma crítica à obra “O Príncipe”, de Maquiavel.
Se associar-mos o sistema político citado por Maquiavel e o ato político atual, notaremos alguma semelhança nesse sentido, pois o sistema político para que seja mantido (como atual sistema capitalista) necessita do que Maquiavel descreve como Virtú e Fortuna, e para isso, tal sistema foge das leis morais e as vezes éticas do sistema natural de convivência entre a humanidade, provocando injustiças, guerras, conflitos, etc. Pois como cita Maquiavel, o importante é manter no governo estável, independente do resultado ético-humano-social. Tudo isso para que se possa ser mantido o poder do Príncipe de governar. Acontece que os atuais governos, em geral, não são voltados para o bem do povo. Apenas enganam o povo através da mídia, da caridade e do excesso de entretenimento (”Pão e Circo”) fornecidos pelo impenetrável sistema capitalista.
O povo, sendo este a única força capaz de derrubar os tantos “Príncipes” que hoje mal governam, em sua maioria, não percebe que é constantemente enganado pela massa de irformações. Tudo é bonito! Encantador! E pobrezinhas são as crianças que morrem famintas espalhadas pelo mundo. Mas esquecemos de que, quando é lançado um iPod novo, não podemos deixar de comprá-lo.
Desculpem pela bagunça de informações, mas acho interessante trocar algumas palavras.
Felipe B. Saullo
sexta-feira
Matança
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata atlântica e a próxima amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Morar no dicionário vida-eterna milenar
Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra
O ar que se respira
E a clorofila das matas virgens
Destruídas bom lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chama Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar
É caviúna, cerejeira, baraúna
Imbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro, jatobá
Gonçalo-Alves, paraíba, itaúba,
Louro, ipê, paracauba,
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbruzeiro
Catuaba, janaúba, arueira, araribá
Pau-ferro, angico, amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá."
Geraldo Azevedo
(Composição: Jatobá)
terça-feira
O tempo e nossas atitudes
O limite superficial do Universo está em constante transformação, pois retraz-se e expande-se a todo o momento. O Universo é um fluxo de energia sustentável o qual não colapsa jamais.
Tudo o que vivemos é apenas o que chamamos de “Tempo”, portanto, que não o deixamos passar em vão. Aproveitar cada segundo pode ser o segredo para a longevidade... Vive-se mais, quando se sabe aproveitar o tempo. Dessa forma não notamos sua “presença”, assim como nos momentos de maior felicidade. É estar em momentos de ausência do “tempo”, estar em nossa essência, vivendo o tempo natural da vida. Sentir e observar com a alma. Sentir é perder-se do tempo e transformá-lo em uma ferramenta para a vida. O tempo é individual a cada ser. Maléfico foi o homem, quando o transformou em unidade de medida, pois o tempo não é mensurável.
Na vida, tentamos buscar formas de conquistar mais espaço, fazer novas descobertas.... mas esquecemos de aproveitar o que já foi descoberto, que é tão válido quanto.
A curiosidade mata de verdade! E quando se morre de curiosidade, morre-se sabendo muita coisa. Observar e experimentar é fundamental e, melhor ainda, é tirar suas próprias conclusões surpreendendo-se com o que há de novo. “Só sei que nada sei”, pois estou sempre me apresentando às novidades.
Das melhores experiências, jamais esquecemos. Por isso, jamais esqueço da pessoas que amo, as quais me transformaram a cada momento. Resultado de união, amor e muita sintonia.
A escolha pelo próprio bem é ditada por nossas atitudes, basta querer e acreditar. Os melhores sentimentos são definidos pela espontaneidade, usados naturalmente por aqueles que o conhecem ou tentam buscá-los, usando-os ou não. Não se aprende a sentir. Não se aprende a gostar. Aprende-se a conviver, lidar com as diferenças e buscar a harmonia, o equilíbrio, como em uma família!
Felipe Borsoi Saullo
domingo
quarta-feira
IRIS
O Inverno Fecha os Poros
O inverno fecha os poros,
abre os olhos,
faz o fio – navalha do frio –
cortar a espinha,
gelar o rio de mim.
O inverno é alada neblina
e, à noite, deixa as ruas vazias,
superlota os meio-fios,
suplica por um vinho
que solta as meninas.
O inverno galopa do sul
E gargalha – riso escorregadio –
pinta de escuro azul
o escuro que esconde a dor
demolindo os muros,
expondo tudo:
nu.
O inverno fechou meus poros,
Abriu meu peito,
semeou esporos do imperfeito
e, vestido de terno,
suturou de qualquer jeito
minha espera,
minha angústia
para florescerem na primavera.
Lucas Muniz Hissa Elian
terça-feira
segunda-feira
domingo
Em busca
Felipe B. Saullo
Quem sou eu?
Lucas Muniz Hissa Elian
quarta-feira
Árvore sem raízes
Dai a revolta aos que lutam pela liberdade
Deixem que a ira tome os frágeis inimigos.
A má força e a angústia, por pensarem que são o que não são.
A miséria é alimentada com a fome,
condiz com o ato dos que pensam em vão.
A riqueza, é vislumbrada como o poder,
enquanto isso, se enganam quanto ao tamanho da penúria.
O nada, se faz...
O tudo, acaba virando apenas sonhos em imagem.
Se cada um fizesse sua parte,
todos fariam por todos.
Ainda assim sou feliz, porque amo.
Amo a vida e, nela, sempre amarei.
Não serão reis que irão nos derrubar,
pois o tempo não passa insciente.
Acreditarei apenas e eternamente no amor infinito.
Num mundo de idéias cada vez mais dispersas,
onde se tenta buscar a Paz,
mas não acaba-se com as Guerras.
Felipe Borsoi Saullo
Melodia
Que despertou a existência
E a idéia de criar.
Até mesmo as mais novas notas,
Outrora ancoradas nos sonhos
E que jamais emanavam na alvorada,
Se puseram a apresentar.
Com auxílio pleno de um sono profundo,
Cessou-se o vazio.
Amotinados com o tédio,
E com desejo de vida.
Fez-se Luz, e
Ao som da harmonia,
Nasceu a Terra.
Ensinaram aos pássaros
Algumas melodias.
Cantos por todos os cantos.
Simples melodias
Que espalharam-se ao ar
Em uma nota só.
Que, todavia,
Por toda existência ecoam.
Das plumas nebulosas
Às águas abissais.
Colinas, desertos, montanhas e planícies.
Aos seres da terra,
Os fizeram caminhantes.
Andarilhos e compositores
De sinfonias, vales e rios.
Desde o farfalhar das copas
À uma gota que, ao cair,
Divide-se sutilmente no firmamento.
No leito, sensibilizou-se um rio,
Sua foz:
Realizou o Mar.
Estuários, jorraram vida
E assim se perdem na existência,
Mas se reencontram na história.
Concedidas as melodias,
Fez-se realizar o Mundo.
E, diante de tantos criadores,
Nasceu o Sol.
Para que,
Em notas de luz,
Mantivesse suas obras na Terra.
E tão complexo o é.
Pois de um ponto apenas,
Administra a vida em toda geóide.
Trazendo a luz à escuridão.
Das noites, com dó,
Sumonaram a lua.
E junto com as estrelas,
Perduram no céu, eternas.
Estrelas se fizeram do orvalho
Que reluz ao Sol de cada manhã
E para a aurora do dia,
Deram-se pássaros.
Enquanto na noite,
Raios de Sol desapontam,
Fatalmente,
Ao acaso.
Felipe Borsoi Saullo