O inverno fecha os poros,
abre os olhos,
faz o fio – navalha do frio –
cortar a espinha,
gelar o rio de mim.
O inverno é alada neblina
e, à noite, deixa as ruas vazias,
superlota os meio-fios,
suplica por um vinho
que solta as meninas.
O inverno galopa do sul
E gargalha – riso escorregadio –
pinta de escuro azul
o escuro que esconde a dor
demolindo os muros,
expondo tudo:
nu.
O inverno fechou meus poros,
Abriu meu peito,
semeou esporos do imperfeito
e, vestido de terno,
suturou de qualquer jeito
minha espera,
minha angústia
para florescerem na primavera.
Lucas Muniz Hissa Elian
Muito Bom...
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